domingo, 14 de fevereiro de 2021

O MEU MUITO AMADO, E ESQUECIDO, MONTE MOIRINHO


O meu muito amado Monte Moirino | Moirinho | Mourinho

Se pudesse escolher um local para viver, escolheria com certeza viver na antiga Villa de Lombadela, junto ao “carrale antiqua”...

Pelas minhas andanças e aventuras por “terras” da minha terra, 
pelo desejo de entender o seu passado, encontrar a pegada dos nossos ancestrais, 
pela necessidade de redescobrir história através da leitura das “pedras”, dos “caminhos”, dos “terrenos”, das “construções”, das “paisagens”, e da interpretação toponímica, 
da leitura de “bibliotecas” empoeiradas que tenho visitado,
lendo nas “entrelinhas” do que tenho vivenciado, 
tenho encontrado gratas e incríveis surpresas, contrariando a ideia instalada de que não existe história neste nosso reino.


Ora vejam:

No ido Ano de 970 - CARRALE ANTIQUA e UILLA DE LOMBATELLA - “carrale antiqua usque ubi diuidet cum uilla de lombatella”: “et offero adue uobis alia mea ecclesia uocabulo sancla eolalia cum suos domos terras uineas pomares pratis pascuis padulibus aquis aquarum uel sesegas molinarum in omnique circuitu et ipso sauto integro et terras qui iacent usque in muro qui diuident cum uilla de ciuitadelia et de portu de sancto uincenti et inde per lombo usque in sarmenia et de dextera parte per carrale antiqua usque ubi diuidet cum uilla de lombatella et cum uilla de nausti usque in sarmenia.“ [1];

no ano 1170 - SANCTO IULIANO ou SANTO JULIÃO: “pela Fonte do Urso e por Santa Eufêmia, e como divide com Santo Julião e com Pedra de Rânia e daí ao Seixedo, até ao meio do rio Douro e até ao Seromenha e por todo o ribeiro Seromenha até à referida Fonte do Urso” [2];

no ano 1205 - UILLA QUEM UOCITANT SANCTI IULIANI: D. Sancho I faz Carta de Doação a Mendo Godiniz de metade do seu reguengo que tinha na “uilla quem uocitant Sancti Iuliani”, “in termino de Penaguyam” [3];

no ano 1258 - VILLA DE SANCTO JULIANO ou VILA DE SAN JUYAAO: “(Incipit parrochia Sancti Petri de Laureyro ou) Freeguisia de San Pedro de Loureiro. - Egas Soariz abbade dessa igreja jurado e preguntado (…) disse que sabe que a meya dessa vila de Sam Juyaao e regeêga tê ende a meya a eigreja encartada e faz ende foro.” [4];

no ano 1682 - QUINTA DE SÃO GIÃO: Primeira referência documental conhecida referente à Quinta de São Gião [5];


_______________

[1] PMH - Portugaliae Monumenta Historica, Diplomata et Chartae, Volvmen I; CI, Decerpsimus ex Libro Testamentorum Laurbanensis Monasterii, 970, Testamentum de monasterio bacalusti in ripa de durio; pp. 64, 65. 

[2] 1170, 2 de Abril, Carta de Couto da vila de Oliveira de D. Afonso I ao mosteiro de Tarouca; D.M.P., Vol. , n.° 305, p. 402; Chancelaria de D. Afonso III, livro 2, f. 34; Idade Média do Distrito de Vila Real, Tomo I, de João Parente, 2013, Âncora Editora, Lisboa, págs 150, 151.

[3] 1205, Carta de Doação por D. Sancho I a Mendo Godiniz de metade do seu reguengo que tinha na “uilla quem uocitant Sancti Iuliani” “in termino de Penaguyam”; Documentos de D. Sancho 1, Vol. I, n. 161, p. 249; Leitura Nova, livro 42, f 114; Chancelaria de Afonso III, livro 2, f. 36 v.; via Idade Média no Distrito de Vila Real, Tomo I, de João Parente, 2013, Âncora Editora, Lisboa, p. 210.

[4] PMH - Portvgaliæ Monvmenta Historica, Inqvisitiones, Volvmen I, Pars II, Fascicvlvs VIII; Inquirições Geraes de D. Affonso III, 1258, Quarta Alçada; pp. 1177, 1203.

[5] Casas de Quinta no Douro - Proposta para um Manual de Intervenção, Maria Carolina Guedes Osório Aguiar de Pinho, Dissertação submetida para satisfação parcial dos requisitos do grau de Mestre em Engenharia Civil - Especialização em Construções, UP, Porto, 2012, http://www.fe.up.pt, p. 19.


EM DESENVOLVIMENTO...

Agradecimentos:
Neste trabalho conto com a preciosa colaboração do meu amigo Mário Nunes | Facebook, @mario.nunes.9085, de Loureiro, a quem consulto sempre que encontro necessidade. E por tal deixo aqui os meus profundos agradecimentos. Bem-haja Mário Nunes!






Monteiro deQueiroz [14.02.2021]
Revisto em ...




RENASCIMENTO DAS "COUSAS OLVIDADAS"


Das "Cousas Olvidadas" não reza a história.
Por isso temos que ressuscitar essas "Cousas",
que nossas são, da "Campa do Olvidismo",
sob pena de as perdermos para sempre.
E se assim ninguém o fizer, ninguém o fará por nós!
E mais pobres ficaremos! 

2020.maio - Monteiro deQueiroz